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Projeto aproxima alunos de escola pública da matemática
EXTENSÃO
Um projeto de extensão do câmpus Pelotas vem mostrado na prática que a matemática pode não ser aquele bicho de sete cabeças que mete medo em muita gente. Mas, para isso, o ensino da disciplina requer metodologia adequada e atividades que reconstruam a base do conhecimento, trabalhando conceitos e operações básicas e permitindo que o estudante possa distinguir, por exemplo, o que é uma equação, resolver uma proporção ou operar frações.
E foi com essa proposta que um grupo de professores da Cinat/Matemática do câmpus Pelotas decidiu tirar do papel uma iniciativa que tem como objetivo oferecer capacitação gratuita em matemática para estudantes de escolas públicas. A primeira edição do projeto beneficiou 17 alunos do oitavo e nono anos do Colégio Municipal Francisco Caruccio, em Pelotas.
Conforme o professor de matemática Davi Ferreira, coordenador do projeto, a ideia é investigar quais as dificuldades enfrentadas pelos alunos e, a partir dos dados obtidos, propor e realizar atividades que propiciem a evolução dos estudantes, tanto nos conteúdos de matemática quanto no resgate da autoestima. As dinâmicas contam com atividades lúdicas, jogos e construções de materiais didáticos. O desenvolvimento dos participantes é verificado por meio de avaliações individuais aplicadas periodicamente.
“Nós, professores de matemática, notamos que existem vários casos de alunos das séries finais dos ensinos fundamental e médio que têm dificuldade em trabalhar com conceitos e operações básicas da matemática. E essa dificuldade persiste até a faculdade”, observa Ferreira.
Diante deste cenário, o coordenador afirma que o projeto de capacitação é uma ferramenta importante porque ataca o centro do problema, focando na reconstrução da base, tão necessária para o aluno progredir na disciplina de matemática, além de trabalhar o resgate da autoestima.
Thabita Ribeiro, de 14 anos, diz que o projeto a ajudou muito na resolução de dúvidas e também a aprofundar conteúdos vistos em sala de aula.
“Eu tinha bastante dificuldade em fração e agora consegui tirar minhas dúvidas”, comenta a estudante do nono ano.
Para Fernanda Fernandes, de 16 anos, do oitavo ano, a capacitação em matemática é muito importante porque ajuda pessoas que não têm muitas condições a terem uma oportunidade melhor.
“Aprendi muitas coisas novas. O projeto me ajudou muito. Gostaria de fazer vestibular para o curso de comunicação visual porque gosto muito de desenhar e acho que o IFSul tem muitas oportunidades", conta.
Na Francisco Caruccio, a ação começou no dia 28 de maio. As aulas eram realizadas todas as terças-feiras, na própria escola, no turno inverso dos estudantes envolvidos. A primeira edição do projeto, realizada sem qualquer ônus ao IFSul, foi finalizada na terça-feira (2), com uma confraternização nas dependências do câmpus Pelotas, onde os participantes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a instituição e os cursos oferecidos.
Continuidade
O futuro do projeto de capacitação é promissor, segundo o professor e coordenador Davi Ferreira. A segunda edição poderá acontecer já no segundo semestre deste ano, e uma das novidades é que as aulas, desta vez, ocorrerão no câmpus Pelotas. O público-alvo continua sendo estudantes do oitavo e nono anos de escolas públicas de Pelotas.
“A reconstrução da base matemática contribui para a qualificação dos alunos inseridos no projeto e possibilita que estes vislumbrem a ideia de participar do nosso processo seletivo e ingressar em algum curso do câmpus Pelotas”, conclui.
Além de Davi Ferreira, participam do projeto os professores Gilmar Oliveira e Jair Vignole, do câmpus Pelotas; a professora Gabriela Conrado, da Francisco Caruccio; a psicóloga Andréia Tavares Ferreira e o estudante voluntário Axel Rosa.