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Mulheres em situação de vulnerabilidade social participam do Dia da Beleza
EXTENSÃO
Faltando pouco mais de um mês para o encerramento do curso, as participantes do Programa Ana Terra, no câmpus Pelotas, tiveram na segunda-feira (12) uma noite com atividades especiais. Para que nenhuma ficasse de fora, as 36 selecionadas deste ano foram informadas de que fariam uma prova, mas quando chegaram à sala de aula tiveram a primeira surpresa – cada uma recebeu uma bolsa com diversos acessórios de beleza, escolhidos pela equipe organizadora, de acordo com as características de cada uma delas.
O clima de tensão pré-prova deu lugar à emoção, que estava apenas começando. Logo em seguida, as alunas foram conduzidas à sala dos servidores, onde estava montado um grande salão de beleza, composto por profissionais que vieram, voluntariamente, fazer unhas, cabelos, maquiagens e arrancar sorrisos. A atividade é conhecida como o Dia da Beleza, uma das ações que integram o Ana Terra, programa que prevê a qualificação profissional de cuidador de idosos e elevação de autoestima para mulheres cisgênero e transgênero e travestis em vulnerabilidade social.
“A noite da beleza fez muito bem à minha autoestima. Me senti linda novamente, me senti vista e querida pelas pessoas. O carinho que recebemos dos profissionais e das organizadoras foi muito bom e me deixaram muito feliz e emocionada”, conta a aluna Emanuelle Coelho Alves.
Para Daniela Souza, outra participante do curso, o Programa Ana Terra será um divisor de águas na vida das 36 alunas desta edição.
“Somos lindas e especiais, com ou sem maquiagem. O curso de cuidador de idosos é a oportunidade de que precisávamos. Tenho certeza que mudará nossas vidas para melhor”, ressalta.
Coordenadora pedagógica do projeto, Ligia Maciel explica que o curso de cuidador de idosos é de formação inicial e continuada e oferece uma oportunidade para que as participantes ganhem mais autoestima e autonomia.
“Além da profissionalização, o que mais vale de tudo isso é a autoestima que a gente resgata e o incentivo que damos a elas para voltarem a estudar. A capacitação é importante porque dá a elas autonomia, mas o que mais nos encanta é a questão da elevação da autoestima que, aos poucos, faz com que elas percebam que não são invisíveis, que devem pensar em si e que são capazes de chegar à faculdade e se formar”, afirma.
A servidora técnica-administrativa Laís Amélia Ribeiro, que no curso dá aulas de questões de gênero, diz que a perda da autovalorização nessas mulheres se dá, na maioria dos casos, pelo afastamento do mercado de trabalho e/ou de atividades acadêmicas, situação comum à sociedade desigual da atualidade.
“Muitas delas estão em casa paradas, e quando vêm para o curso, entram em contato com outras pessoas e percebem que ainda tem muito para contribuir com a sociedade, que ainda tem possibilidades para elas. Isso é o que dá o brilho no olho”, comemora.
O curso de cuidador de idosos tem encerramento previsto para o dia 18 de dezembro, quando as participantes apresentarão um seminário sobre temas como cidadania; Lei Maria da Penha; questões de gênero; portfólio (como fazer e a sua importância); economia solidária; e como trabalhar a autoestima. Pela primeira vez dentro do programa Ana Terra, é baseado na metodologia Acesso, Permanência e Êxito do Programa Mulheres Mil. Nesta primeira edição estão participando 36 mulheres, selecionadas via edital.
“É muito importante que a instituição dê esse retorno para a sociedade, dando a oportunidade de uma formação profissional para mulheres em vulnerabilidade social. É um projeto que eu tenho um carinho muito grande, no qual se percebe uma grande doação das pessoas, que são em sua grande maioria voluntárias. É esse o papel da instituição: melhorar a vida da comunidade na qual está inserida”, ressalta Alisson Ferreira, titular da Diretoria de Pesquisa e Extensão (Dirpex) do câmpus Pelotas, que está apoiando na organização e execução do Ana Terra na unidade.
Fotos: Renata Cunha