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Megaevento dedicado aos “Guardiões da Sociobiodiversidade” contará com atividades até quinta-feira (28

MEIO AMBIENTE

Abertura oficial foi realizada nesta terça (26), na Faem/UFPel, com a participação de instituições ligadas ao ensino e à pesquisa e demais entidades parceiras
publicado: 26/11/2019 19h20, última modificação: 26/11/2019 19h20

Preservar e valorizar a sociobiodiversidade existente no Brasil é um dos principais desafios que estarão em pauta entre hoje (26) e quinta-feira (28), durante a realização do megaevento “Guardiões da sociobiodiversidade: sementes crioulas, frutas nativas e agroflorestas”. Promovida por várias instituições de ensino, entidades e órgãos governamentais, a iniciativa conta com outros cinco eventos simultâneos, além de apresentação de trabalhos, que terão como sede a Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Na abertura oficial realizada hoje (26), representantes do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Embrapa Clima Temperado reforçaram a importância do debate acerca da biodiversidade brasileira, além de associá-la aos estudos e projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos nas instituições de ensino.

Representando a comissão organizadora, a professora da UFPel, Márcia Gularte, agradeceu a presença de todos e explicou como foi estruturada a programação do evento.

“Queremos mostrar o quanto de valor tem essa tradição e esses produtos que vocês (guardiões) têm em mãos e que passam de geração em geração. Temos muita coisa para mostrar nesses três dias, como palestras, painéis, oficinas e a mostra científica”, destacou.

Rumi Kubo, professora da UFRGS, utilizou o termo “grande rede” para ressaltar a convergência de diferentes grupos que vêm trabalhando para formular políticas em favor da sociobiodiversidade.

“Esse evento é uma prova desta convergência de esforços. Estaremos juntos nestes três dias de muito diálogo, ratificando que vale a pena lutar pelos movimentos sociais, pelas minorias e pela conservação da biodiversidade”, frisou.

Para o assessor institucional da Embrapa Clima Temperado, Júlio Centeno, o megaevento “Guardiões da sociobiodiversidade: sementes crioulas, frutas nativas e agroflorestas” já é um sucesso, sobretudo pela união e pelos esforços das várias entidades e instituições para a sua promoção.

“Esse evento é uma prova de que a academia e a ciência não devem estar dissociadas. A Embrapa se associa a estes esforços e está sempre disposta a contribuir para que empreendimentos como este frutifiquem”, disse Centeno.

Na mesma linha, o reitor do IFSul, Flávio Nunes, também destacou o esforço conjunto das entidades e instituições parceiras para a concretização do megaevento.

“Temos de exaltar a união de esforços de diversas instituições na promoção deste megaevento, que estão preocupadas em trabalhar e promover a conservação da biodiversidade e valorizar as questões culturais envolvidas neste processo”, afirmou.

Segundo Nunes, toda a programação prevista deve promover o debate, o diálogo e a discussão em torno desta temática, que não devem ficar restritos apenas aos três dias do evento.

“É importante que a gente leve para fora destes espaços essas discussões sobre biodiversidade, chamando a atenção da sociedade para a importância da conservação desta rica biodiversidade existente no país”, observou.

Já o professor Rui Carlos Zambiase, que representou a Reitoria da UFPel na cerimônia de abertura, classificou o tema sociobiodiversidade como um assunto de suma importância para a Região Sul do RS e cobrou a criação de políticas governamentais para a manutenção desse sistema marcado pela inter-relação entre diversidade biológica e a diversidade de sistemas socioculturais.

“Somente com políticas governamentais fortes, incisivas, será possível fazer a manutenção da sociobiodiversidade. Precisamos trabalhar com bancos genéticos e desenvolvimento de novas culturas, haja vista as constantes adversidades climáticas e ataque de pragas a que estamos submetidos. Isso é essencial para a nossa sobrevivência no futuro”, sugeriu Zambiase.

Sementes crioulas

Durante o megaevento, a engenharia química do câmpus Pelotas promoverá a sua II Feira de Sementes Crioulas na Alimentação, espaço voltado para aprofundar os conceitos de uso de sementes crioulas, manejo sustentável, segurança alimentar e nutricional. Tem como objetivo promover a interação entre movimentos sociais, agricultores, técnicos, gestores públicos, estudantes e sociedade em geral, contribuindo para o redesenho de sistemas agrícolas em bases sustentáveis.

“Com esta feira, buscamos, ainda, ampliar a interação entre agricultores e os demais segmentos ligados à agricultura, integrando também o meio urbano e, ao mesmo tempo, difundindo os princípios da alimentação saudável sob a ótica de uso de uma maior diversidade alimentar a partir do conhecimento da diversidade presente nas variedades crioulas que se encontram no domínio dos agricultores guardiões de sementes”, disse o professor e coordenador da engenharia química do câmpus Pelotas, Jander Monks.

Juntamente com a II Feira de Sementes Crioulas na Alimentação, serão realizados simultaneamente o VII Seminário Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar, IV Seminário de Frutas Nativas do RS, III Seminário das Agroflorestas do RS e IV Encontro Região Sul de Etnobiologia e Etnoecologia.

“Guardiões da sociobiodiversidade: sementes crioulas, frutas nativas e agroflorestas” é organizado por várias instituições de ensino, entidades e órgãos governamentais, como os cursos de engenharia química e de mestrado profissional em engenharia e ciências ambientais (Meca) do IFSul/câmpus Pelotas, UFPel, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Embrapa Clima Temperado, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), entre outros.