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Estudantes do câmpus Pelotas são destaque em feira binacional de tecnologia
MÉRITO
Lucas Al Alam, Emerson Reis e Nataniel Oliveira, do curso técnico em eletrônica do câmpus Pelotas, foram destaque na primeira edição da Feira Binacional de Tecnologia (Febitec), realizada entre os dias 4 e 6 de novembro, em Santa do Livramento (RS) e Rivera, no Uruguai. Promovido pelo câmpus Santana do Livramento do IFSul e pelas universidade do Trabalho (UTU) e Tecnológica (Utec), ambas do Uruguai, o evento contou com 87 trabalhos inscritos e reuniu estudantes dos ensinos fundamental, médio e médio/técnico, da graduação e pós-graduação.
Os representantes do câmpus Pelotas receberam certificado de menção honrosa por terem ficado entre os três melhores na categoria Ciências da Natureza e suas Tecnologias, modalidade ensino médio/técnico. Lucas, Emerson e Nataniel levaram para o evento o projeto de um carro elétrico híbrido com acessibilidade, que está sendo desenvolvido há mais de dois anos pelo Laboratório 14 do curso técnico em eletrônica e o egresso do bacharelado em design (também do câmpus) Luiz Antônio Machado Júnior, que atualmente está na reta final de seu mestrado na Universidade Autônoma da Ciudad Juárez, no México.
Orientados pelos professores Rafael Galli e Léo dos Santos Ribeiro, Lucas, Emerso e Nataniel apresentaram na Febitec alguns resultados da pesquisa ora em andamento, no que diz respeito à parte mecânica e elétrica do veículo, como controles de direção, freio e motor. O trabalho inclui o desenvolvimento e aprimoramento de hardware e software, além do projeto e confecção de placas.
“Essa foi a primeira vez do EVA (de Eletric Vehicle Acessibility) em um evento. Para nós, além do reconhecimento, a participação foi muito importante porque nos possibilitou colher informações e sugestões para agregar ao projeto, sem falar na rede de contatos que estamos construindo para que, no futuro, possamos consolidar parcerias com profissionais de outras área do conhecimento”, avaliam os estudantes.
Convênio
De acordo com o professor Rafael Galli, o projeto do carro elétrico híbrido com acessibilidade está na fase de registros. Somente após os trâmites legais no IFSul é que a proposta pode se tornar a catalisadora de um convênio entre o instituto federal e a Universidade Autônoma da Ciudad Juárez. A ideia é que as duas instituições firmem uma parceria para participação em um edital que prevê recursos na ordem de R$1 milhão, o que viabilizaria o desenvolvimento do primeiro protótipo em tamanho real do veículo. Todo o montante seria financiado pelo próprio governo mexicano.
“Esta é a nossa expectativa. Temos que resolver todas as questões burocráticas primeiro para depois focar nessa parceira com a universidade mexicana. Até o final de 2020, esperamos enviar o projeto finalizado para o Júnior (Luiz Antônio Machado Júnior, idealizador do carro elétrico), que está lá no México trabalhando no design do veículo, com toda a base elétrica e mecânica já ajustada no chassis e aferida”, diz Galli.
Origem
O EVA nasceu da mente inquieta do então estudante do bacharelado de design do câmpus Pelotas, Luiz Antônio Machado Júnior. A ideia surgiu quando ele resolver unir a sua paixão por veículos e o desejo de construir algo muito mais atraente para que pessoas com deficiência ou limitações físicas pudessem ter mais mobilidade e acessibilidade.
Movido a energia elétrica, o carro projetado por Júnior é híbrido. A proposta é que ele seja capaz de circular pelas ruas da cidade e, ao mesmo tempo, substitua as tradicionais cadeiras de rodas em locais fechados. E claro, com um design atraente e que proporcione autoestima para quem o utiliza.
Sua carcaça é do tipo abre e fecha. No modo acessível, ideal para ambientes fechados, mede 1,15 metro de comprimento, 70 cm de largura, 1,70 metro de altura e velocidade de 6km/h. Já no modo de trânsito, chega a 1,53 metro de comprimento (menos da metade de um Volkswagem Up), os mesmos 70 cm de largura, 1,42 metro de altura e velocidade máxima de 60 km/h.
Além disso, o EVA traz outras vantagens: segurança ao usuário, redução do impacto ambiental (utiliza bateria) e baixo custo para aquisição.