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Aluno da edificações conquista medalha na Olimpíada Internacional de Matemática dos Institutos Federais

ENSINO

Rikelme Griep faturou menção honrosa em competição que contou com mais de 12 mil estudantes de IFs de todo o país
publicado: 23/10/2018 15h24, última modificação: 23/10/2018 15h24

O aluno Rikelme Griep, do curso técnico em edificações, faturou medalha de menção honrosa na 1ª Olimpíada Internacional de Matemática dos Institutos Federais (Omif), edição comemorativa aos dez anos de criação dos IFs no Brasil. A segunda fase da competição foi realizada na última sexta-feira (19), em Muzambinho (MG).

Cinco alunos do câmpus Pelotas foram classificados para a segunda fase, mas por conta da colisão de datas com a Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (Obfep), apenas Rikelme acabou indo a Minas Gerais para realizar a última etapa de provas da Omif. Conforme os organizadores, mais de 12 mil estudantes, de 130 câmpus de institutos federais de todo o país, participaram da primeira fase. Trezentos e quarenta e sete candidatos se classificaram para a segunda fase, sendo que 255 efetivamente compareceram.

Aos 17 anos, Rikelme tem se destacado nas principais competições estudantis do gênero. Em 2017, foi bronze na Olimpíada Paulista de Matemática (OPM) e prata na Olimpíada Regional de Matemática do IFSul. Este ano, mais dois bronzes, um na Canguru de Matemática e outro na Olimpíada do Saber, e uma prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia.

“Evoluí muito de um ano para cá. No câmpus Pelotas, tenho trabalhado como monitor na disciplina de física, e isso tem me ajudado no reforço de alguns conteúdos, não só de física como de matemática, e no desenvolvimento do raciocínio”, conta.

Na primeira fase da Omif 2018, Rikelme acertou 24 das 30 questões de múltipla escolha. Na segunda, teve de solucionar cinco questões dissertativas. Cada uma trazia mais de uma pergunta embutida, o que elevou para quase 20 o número total de problemas propostos aos candidatos.

“Como era necessário entender o enunciado e explicar por escrito como você pretendia resolver a questão, achei o tempo de duas horas e meia curto. Talvez meia hora a mais ajudaria muito. Mas fica o aprendizado”, diz Rikelme, que em um nível de dificuldade de 0 a 10, atribui 7 às provas da Omif, comparando-as com as da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

“Em geral, na primeira fase, você tem de saber fórmulas e aplicá-las. Já na segunda é fundamental entender o enunciado, expor seu raciocínio, mostrando como você vai fazer para solucionar a questão, e resolvê-la. A demonstração de ideias é algo que ainda não estou muito habituado, e isso foi o mais difícil. Mas já estou treinando mais este tipo de questão, mais expositivas, e acredito em melhores resultados no futuro”, explica.

Avaliação

Professor de matemática do câmpus Pelotas, Julio Mohnsam também vê semelhanças entre as duas olimpíadas de matemática e projeta novas premiações para seus alunos na edição 2019 da Omif.

“Eu gostei da Omif, pois a sua proposta tem certa semelhança com a Obmep e também leva em conta a matemática do currículo de alunos do ensino integrado. Acredito que muitos estudantes do grupo podem ser premiados no ano que vem, na Omif 2019. Vai ser como um JIFs (Jogos dos Institutos Federais) de matemática e vai premiar os melhores alunos da rede federal”, avalia.

Mohnsam destaca ainda que o aluno Luiz Eduardo Richardt de Azevedo, do curso técnico em eletrônica, foi um dos cinco classificados do câmpus Pelotas para a segunda fase da Omif 2018. O estudante acertou 28 das 30 questões e ficou em primeiro lugar entre os mais de 12 mil candidatos do país que disputaram a primeira fase, mas não viajou para Minas Gerais, para a etapa seguinte, “devido a compromissos pessoais”.

Conforme o professor de matemática do câmpus Pelotas, Mauro Bartz, que chefiou a delegação do instituto em Muzambinho (MG), a prova aplicada na segunda fase foi formada por questões que abordavam conteúdos de funções, análise combinatória, geometria espacial e raciocínio lógico. O docente conta que todas estavam bem divididas em itens que aumentavam em grau de dificuldade e que além dos conteúdos cobrados, primavam pelo raciocínio, valorizando a contextualização.

“Tanto na primeira quanto na segunda fase, a Omif identifica-se como uma prova que valoriza a contextualização, uma característica interessante e condizente, já que é voltada para alunos do ensino médio integrado, cujo objetivo é buscar a integração da matemática com as outras áreas do conhecimento”, observa.

Para Bartz, a Omif 2018 foi muito mais do que um evento estudantil voltado à matemática.

“Tão importante quanto o aprendizado relacionado à matemática, a Omif proporcionou aos participantes uma experiência única de interação, troca de culturas e realidades sociais. Espero que por toda essa troca de experiências, os alunos voltem aos seus câmpus divulgando positivamente a participação na Omif e, desta forma, acredito que teremos uma adesão ainda maior de câmpus e estudantes na próxima edição. Considero que a olimpíada foi um sucesso e acredito que irá se tornar um dos maiores eventos da rede federal. Em poucos anos, estará consolidada como um importante evento de matemática do Brasil”, afirma.

Durante a realização da segunda fase, ocorreram ainda palestras, oficinas,  mostra de jogos e minicursos. Segundo os organizadores, o câmpus que sediará a próxima edição da Omif será definido via edital.

Sobre a Omif

Idealizada pelo câmpus Muzambinho do Instituto Federal Sul de Minas, a Omif é uma competição internacional de matemática direcionada a alunos do ensino técnico integrado ao nível médio das instituições da rede federal de educação profissional e tecnológica brasileira e a alunos de escolas do exterior do ensino técnico de nível médio compatível. A olimpíada é um projeto de extensão que nasceu justamente no "Biênio da Matemática 2017-2018 Gomes de Sousa", uma lei instituída como parte da Agenda Positiva do ensino, pesquisa e inovação no país, cujo tema principal é “A Matemática está em tudo”.

Conforme os organizadores, a proposta da Omif é estimular nos alunos do ensino técnico integrado ao nível médio das instituições da rede federal de educação profissional e tecnológica brasileira e de outras escolas do exterior o interesse pela matemática; suprir déficits no aprendizado do ensino fundamental; melhorar o desempenho deles na escola e promover a interação de culturas diversas, aproximando estudantes de países diferentes com um propósito comum: aprender a gostar da matemática.