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Mostra Art à Qui reúne mais de 90 trabalhos de escolas públicas e privadas de Pelotas

INICIATIVA

Evento que une arte e química no processo de ensino-aprendizagem vai até sexta-feira (19), no câmpus Pelotas.
publicado: 18/10/2018 15h13, última modificação: 18/10/2018 15h13

Estudantes de escolas públicas e privadas de Pelotas participam, até sexta-feira (19), no câmpus Pelotas, da 1ª Mostra Art à Qui - Mostra de Trabalhos Artísticos sobre Química. Conforme os organizadores, o evento reúne 94 trabalhos, distribuídos em sete categorias: Pôsteres, Ilustrações/Pinturas, Modelagem/Escultura, Paródias/Poesias, Vídeos, Caricaturas e Jogos. O primeiro colocado em cada segmento levará pra casa um troféu, além da medalha de ouro. Para o segundo e terceiro, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

Promovido pela Coordenadoria de Ciências da Natureza/Química (Cinat/Química) do câmpus Pelotas, o evento consiste em um concurso e mostra envolvendo a produção de peças artísticas (obras de arte) em diversas modalidades que contenham conceitos e conteúdos da disciplina de química do ensino médio. Para esta primeira edição, além do ensino médio, a submissão de trabalhos foi aberta também a estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental, para todas as categorias, e das licenciaturas em química e informática, somente na categoria Jogos.

Das sete categorias, Modelagem/Escultura, Paródia/Poesia e Jogos foram as que receberam maior número de trabalhos inscritos.

“A maioria optou pela Modelagem/Escultura pela questão visual. Modelos Atômicos, por exemplo, são conceitos muito abstratos na química, e a criação de esculturas ou protótipos que representem isso acaba facilitando o entendimento tanto dos estudantes como do público”, explica o professor Ricardo Sainz, um dos integrantes da comissão organizadora da mostra.

Já a Paródia/Poesia, segundo Sainz, foi uma surpresa neste ranking de preferência, que pode estar muito relacionada à questão da opção dos alunos em abordar conteúdos considerados “duros demais” de forma mais lúdica e descontraída. Sobre a categoria Jogos, o docente afirma que a grande procura tem a ver com a “gamificação” do ensino, baseada na nova teoria pedagógica que valoriza o “aprender brincando”.

“O mais importante é que todas as categorias unem arte e química. Utilizam o componente estético e artístico como facilitador da aprendizagem de uma ciência exata, possibilitando a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. É o belo na ciência, é a ciência através do belo”, destaca.

Quinze alunos voluntários, selecionados via edital, auxiliam na logística e organização da 1ª Mostra Art à Qui, que está sendo realizada paralelamente à Semana do Design, promovida pelo bacharelado em design e pelos cursos técnicos em comunicação visual e design de interiores.

Premiação

Além de medalhas de ouro, prata e bronze aos três primeiros colocados de cada categoria – o primeiro lugar ainda ganha um troféu -, a Mostra Art à Qui também vai conceder certificados de destaque de menção honrosa a autores de trabalhos classificados entre o 4º e 10º lugares, como forma de valorizar a criação artístico-cultural nas diversas categorias.

Ainda estão previstas menções honrosas a escolas participantes, externas ao IFSul, ao curso do instituto federal que tiver o maior número de trabalhos inscritos e a apoiadores do evento – este último, a critério da comissão organizadora.

A cerimônia de premiação ocorrerá nesta quinta-feira (18), a partir das 17h, no miniauditório 1. No entanto, a exposição segue normalmente até as 22h de sexta (19), data prevista para o término do evento.

Novidade

Aproximar o aluno da ciência química por meio das diversas vertentes da expressão artística é uma prática muito nova no Brasil, segundo Sainz. Aqui no país, o professor diz que existem “pouquíssimos” trabalhos realizados envolvendo arte e química simultaneamente, ao contrário do que acontece na Europa.

“Me recordo de alguns casos na Bahia, e só. Já no norte da Europa, em países como a Finlândia e Suécia, esse método é largamente utilizado, e com sucesso. No Brasil, em geral, se trabalha as disciplinas de forma dissociada, o pensamento é compartimentado, o que dificulta muito a transdisciplinaridade no ensino brasileiro”, lamenta.

Conforme a comissão organizadora, a Mostra Art à Qui, por conta da proposta inovadora e do grande número de trabalhos inscritos, deverá ganhar novas edições, com possibilidade de expansão, em 2020, para outros municípios pertencentes à 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Um livro ou catálogo também será lançado, ao final da primeira edição, com relatos de experiências de alunos e professores envolvidos no evento.

“Nossa ideia é transformar os 94 trabalhos da primeira edição em uma espécie de kit, que poderá ser emprestado a outras escolas da cidade ou da região que manifestarem interesse em sediar a Mostra Art à Qui em suas dependências”, adianta Sainz.