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Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas promove roda de conversa com Pajé de aldeia no Acre

EXTENSÃO

Evento ocorreu nesta segunda (1º) e abordou questões relacionadas a vida na comunidade indígena
publicado: 02/07/2019 15h40, última modificação: 03/07/2019 15h34

Desafios de viver em uma comunidade indígena, dia a dia na aldeia e as mudanças de vida proporcionadas pela melhoria da água foram os temas abordados na roda de conversa que ocorreu nesta segunda-feira (1º), no miniauditório 1 do câmpus Pelotas. O evento, promovido pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), iniciou às 16h e teve como atração o Pajé Txana Ixã Huni Kuin, liderança na Aldeia Ni Yuxibu Altamira, localizada na Terra Indígena Seringal Independência, no Acre.

A ação integrou as atividades do projeto de extensão "Água de Beber para a Aldeia Altamira Ni Yuxibu Huni Kuin", coordenado pelo professor Charles Soares Huber, do curso superior de tecnologia em gestão ambiental. O projeto, que começou a ser desenvolvido na metade de 2018, tem como objetivo principal buscar a qualidade da água consumida pelos indígenas da aldeia Ni Yuxibu Altamira, contribuindo para diminuição de doenças provenientes da água.

A idéia inicial surgiu durante uma visita de Charles à aldeia. Em conversa com a comunidade, a péssima qualidade da água foi destacada. Além de causar problemas de saúde aos moradores, a situação afetava a rotina das mulheres, que passavam o dia carregando baldes de água para a produção dos alimentos. 

Foi assim que alunos do IFSul, auxiliados por seus professores, iniciaram uma série de testes para análise da água. Para isso, a instituição adquiriu um laboratório portátil, que agora poderá ser utilizado pelos cursos da área. Com a demarcação de todas as casas da aldeia com GPS, foi construído o esboço de um sistema de distribuição de água, que abastecerá toda a comunidade. O projeto ainda está em andamento e em agosto desse ano o coordenador fará uma nova visita ao local, a fim de dar seguimento a esse sistema.

Além das mudanças de vida na comunidade, as ações também possibilitaram aos moradoras mais tempo para dedicação ao artesanato, principal fonte de renda do local. Entre os próximos passos, está o monitoramento constante das atividades. Mas as ações não se detêm apenas à água e já existem planos para o futuro.  “Hoje estamos focando na água, mas queremos manter o fluxo contínuo, auxiliando e apoiando a vida na aldeia em diversos aspectos” afirma Charles.

Para o Pajé, ações como essa são fundamentais e possibilitam que o local continue sendo habitado. “Sem os suportes necessários, os moradores acabam procurando a cidade mais próxima, abandonando sua cultura, sua vida e todo o dia a dia da comunidade” destaca.