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Comunidade acadêmica lota auditório e participa de debates sobre a crise financeira dos institutos federais
MOBILIZAÇÃO
A comunidade acadêmica do câmpus Pelotas atendeu ao pedido de mobilização feito pelo diretor-geral Carlos Jesus Anghinoni Corrêa e lotou o auditório Enilda Feistauer, na manhã desta sexta-feira (18), para acompanhar o seminário “A Educação no Desenvolvimento Regional”, organizado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL/RS) e pelo Fórum Democrático dentro da Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos Federais do RS. O evento faz parte de uma série de encontros promovidos pela AL/RS em cidades do interior e na capital com o propósito de apresentar à sociedade o panorama da situação atual dos institutos federais, especialmente em relação às questões orçamentárias.
Os trabalhos em Pelotas foram coordenados pelo presidente da AL/RS, Edegar Pretto, com o apoio de parlamentares da Assembleia que abraçaram a causa. Anfitrião do encontro, o reitor do IFSul, Flávio Nunes, não poupou críticas ao cenário caótico vivido pelo país, sobretudo na área política e econômica, e apresentou um quadro desolador da situação do seu instituto federal, que conta hoje com 14 câmpus no RS, contabilizando cerca de 17 mil estudantes, mais de 1,6 mil servidores efetivos e quase 500 colaboradores terceirizados.
“Temos um corte orçamentário de 25% em verbas para custeio, que são aquelas que permitem o pagamento das despesas diárias da instituição como água e luz; e de 60% para as de investimento, destinadas à aquisição de equipamentos e ampliação de áreas físicas, como laboratórios e salas de aula”, detalhou o reitor, afirmando que se os recursos contingenciados não forem liberados pelo governo federal, o IFSul teria fôlego financeiro para permanecer com suas portas abertas até final de setembro, início de outubro.
“Mas não vamos fechar, isso eu garanto. Toda a mobilização, toda luta que tiver que travarmos será em prol da educação, porque acreditamos nela como agente transformador”, ressaltou Nunes.
A situação apresentada pelo reitor não difere muito da de outros institutos federais gaúchos, que também atravessam um momento crítico para equilibrar suas contas e oferecer um ensino público, gratuito e de qualidade. No RS, segundo dados da AL/RS, existem 48 unidades de institutos federais, distribuídas em 42 municípios, beneficiando mais de 55 mil alunos, desde o ensino técnico à pós-graduação.
Câmpus Pelotas
A crise financeira que assola as instituições federais de ensino, em especial os institutos federais, afeta diretamente o desenvolvimento de projetos de pesquisa, ensino e extensão. No câmpus Pelotas, o maior do IFSul com mais de 5 mil alunos, dez cursos técnicos, oito graduações e sete cursos de pós-graduação, o diretor-geral Carlos Jesus Anghinoni Corrêa disse estar ciente da grave situação e afirmou que todos os esforços estão sendo feitos para que o câmpus possa atravessar o momento sem grandes impactos na qualidade do ensino oferecido.
“Nossa equipe diretiva está trabalhando muito para que as ações planejadas não sejam prejudicadas de forma significativa. O que nos dá força é a certeza de que os rumos do país só serão corrigidos se tivermos uma educação forte e de qualidade”, avaliou o diretor-geral, que agradeceu a presença em massa da comunidade acadêmica do câmpus Pelotas no seminário organizado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL/RS) e pelo Fórum Democrático dentro da Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos Federais do RS.
Ainda nesta sexta-feira (18), o seminário será realizado em outra cidade abrangida pelo IFSul. Em Bagé, o evento está previsto para as 15h, na Câmara de Vereadores do município.
Da esq. p/ direita: presidente da AL/RS, deputado estadual Edegar Pretto; estudante Joab Fagundes (Grêmio Estudantil); diretor-geral do câmpus Pelotas, Carlos Corrêa; reitor do IFSul, Flávio Nunes; e a vice-reitora Adriane Menezes.