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Aluno da Química conquista bicampeonato em competição internacional de matemática

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Marco Pietro Correa Botelho ficou com o ouro na Canguru de Matemática 2017
publicado: 30/05/2017 09h36, última modificação: 31/05/2017 10h56

Pelo segundo ano consecutivo, o estudante Marco Pietro Correa Botelho faturou a medalha de ouro na Canguru de Matemática, competição internacional realizada em vários países e que reúne milhões de participantes a cada edição. Aluno do curso técnico integrado em Química do câmpus Pelotas, o jovem de 18 anos repetiu o resultado do ano passado e já começa a construir uma história de sucesso no torneio, assim como vem fazendo na Olímpiada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), na qual, desde 2009, acumula um ouro, quatro pratas, dois bronzes e uma menção honrosa.

“Achei as questões deste ano mais fáceis que as de 2016. Acredito que seja porque, de lá para cá, amadureci muito como competidor e o meu nível de preparação foi melhor”, opina o mais novo bicampeão da competição.

Marco Pietro diz que a Canguru de Matemática não é voltada somente para os melhores estudantes de matemática, muito pelo contrário. Ele afirma que o concurso visa atrair o maior número de estudantes possível para mostrar que a matemática pode ser interessante, útil e divertida.

“É uma motivação e tanto, uma espécie de atrativo para quem deseja competir. Serve para desmitificar um pouco as coisas, de que a matemática é difícil, chata”, comenta.

De fato, um dos objetivos da competição é diminuir o preconceito existente em relação à matemática. Por isso, destacam os organizadores, é uma disputa comparada a um jogo, descompromissada, com testes de múltipla escolha relativamente fáceis, mas que, mesmo assim, não diminuem em nada a importância e o brilho do evento.

O câmpus Pelotas ficou com quatro medalhas de ouro no Canguru de Matemática 2017. Uma no nível Sênior (3º ano do ensino médio), com Marco Pietro, e três no nível Júnior (1º e 2º anos do ensino médio), com Joshua Zambrano, Luiz Eduardo Richardt de Azevedo e Matheus da Costa Schwantz. Aliás, os três são alunos bolsistas, este ano, do programa de iniciação científica da Obmep.

“A equipe abriu muito bem a temporada de 2017, na segunda participação do câmpus Pelotas na Canguru de Matemática, conquistando  quatro medalhas de ouro. Com isso, superamos o resultado da primeira participação, em 2016, quando conquistamos apenas uma medalha de ouro (a de Marco Pietro)”, avalia o professor de matemática Julio Mohnsam, responsável pela preparação dos estudantes no câmpus Pelotas.

Além das quatro medalhas de ouro, 78 alunos do câmpus faturaram ainda certificados de mérito e participação nesta competição.

Preparado para vencer

Sorte não está no vocabulário de Marco Pietro quando o assunto são as competições que participa. O estudante faz questão de frisar que disciplina e preparação são os principais responsáveis pelo sucesso dele até agora. Claro que existe aí um componente genético. A facilidade com números e fórmulas complexas vem desde a infância, e o gosto pela matemática foi sempre incentivado pelo pai, Marcos Hilário Farias Botelho, um representante comercial que, segundo o próprio filho, sempre foi “bom de matemática” na escola.

Com apenas 11 anos, Marco Pietro disputou a Obmep 2009 e ganhou uma menção honrosa. Depois, nas outras sete edições em que participou, é a história vitoriosa que já conhecemos: uma medalha de ouro, quatro de prata e duas de bronze.

Natural de Arroio Grande, atualmente Marco Pietro mora sozinho em Pelotas, em um apartamento financiado pela família, para poder fazer o que mais gosta: estudar. Além do 7º semestre do curso técnico integrado em Química, está matriculado na Engenharia Elétrica, também do câmpus Pelotas, e aguarda o início das aulas, em 17 de julho, para começar a sua vida de universitário, paralelamente com o ensino médio/técnico. Na graduação, revela, vai poder brigar por uma medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) Universitária, competição de alto nível com participantes de várias instituições de ensino superior do país.

Marco Pietro conta com recursos financeiros de duas bolsas, obtidas após os excelentes resultados nas competições, e do Programa Integrado de Monitoria (PIM) do câmpus Pelotas, onde “ensina” matemática geral para estudantes que estão enfrentando dificuldades na disciplina. Segundo ele, a renda tem sido suficiente para ele se manter em Pelotas e dedicar praticamente todo o seu tempo aos estudos.

“Preparação para as competições é algo imprescindível. Preciso me preparar constantemente, em alto nível, para realizar meus objetivos”, destaca.

Entre estes objetivos está a Olimpíada de Química, marcada para outubro deste ano. Marco Pietro já participou de uma edição do evento e obteve apenas uma menção honrosa. Agora quer ir muito, mas muito mais longe.

“Adoro matemática e amo química. Tenho planos até de fazer Engenharia Química aqui no IFSul. Consegui medalhas, de ouro inclusive, em olimpíadas de matemática e até de física, mas não tenho nada ainda na de química. Por isso, talvez esse seja o meu maior objetivo no momento”, revela o estudante, que se considerada uma pessoa competitiva.

“Sou muito competitivo. A competição me motiva”, assume.

Ao lado dos pais, seus maiores incentivadores, Marco Pietro tem também o apoio do professor de matemática Julio Mohnsam. Para ele, Mohnsam é um motivador nato. Durante as aulas de preparação no câmpus Pelotas, conta, o docente procura orientar e explorar ao máximo o potencial dos estudantes. E o resultado do trabalho tem aparecido nas principais competições de matemática disputadas pelo câmpus.

“Me sinto bem e seguro no IFSul. Aqui, recebemos todo o auxílio e apoio necessários”, afirma Marco Pietro, um apaixonado pela matemática, sobretudo pela criptografia e álgebra.